terça-feira, 30 de novembro de 2010

Entre o mar e o céu

Sua voz vem de longe, aos gritos, ao pranto.
Seus olhos me vêm, embaçados na mente.

Um passo errante, porém confiante,
Se tem ai dentro tanto medo quanto encanto,
Por que chora tanto?
As palavras sussurradas ao vento,
com riso e alegria
se perdem no tempo
com as brumas e a magia.
Seus gritos sufocados
aos poucos se mostram
tristes atordoados.
Assisti-lo sucumbir é triste
mas meu olhar protegerá
seus velhos ossos fracos
que aos poucos virarão pó.


Lígia G. V.
Abraços!

sábado, 27 de novembro de 2010

- Ei, o que está fazendo? - falou o senhor com indignação.
A menina não respondeu.
- Não vai responder, minha jovem? Pois bem, se assim prefere. Dorme faz tempo, já percebeu? Dorme como uma criança quando deseja fugir de algum problema. - ele foi interrompido.
- Só crianças fazem isso? Adultos só não fazem porque incrivelmente nunca tem tempo para nada - disse com raiva no olhar.
- De nada adianta sentir raiva, ela não trará o que busca. O que você deseja, está dentro e não fora. Por isso desperte logo. Quanto tempo continuará assim? Precisa voltar, precisa. Vamos, costumava ser belo antes, mesmo tendo as mais escuras almas lá fora. O que o torna feio, agora?
A menina não respondeu. Apenas pensava no que ele dizia.
- Eu estou aqui, e estarei o tempo que desejar, só precisa acreditar.
- Eu sei.. eu sei.. - disse suspirando.
- Então mova-se, querida, mova-se! - disse por fim.

Lígia G.V.
Luz e paz!

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Saudade...

        Eu não vejo mais suas palavras dançarem no ar, nem as minhas. Já não vejo aquele olhar que dizia grandes coisas. Onde foi parar sua grandeza? Sinto falta daquele sorriso que tudo dizia, daquele silêncio profundo...
       Outro dia vi em você, nuances do que era antes. Senti uma alegria indescritível. Talvez porque tenha me perdido em alguma esquina também. Porque já não vejo magia onde antes existia. Mas há, e sempre haverá, bem lá no fundo, o que realmente somos, e algum dia verei sua magia brilhar novamente, e quem sabe ela possa ser bem maior do que um dia foi!

Lígia G.V.
Luz e paz!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

        
      A menina olhando para fora, dizia palavras em uma língua desconhecida e mágica, e assim desejava que a bondade reinasse. Sem medo dava dois passos a frente, deixando para trás aqueles que ainda se encontravam na escuridão. E os olhava tristemente, querendo que eles pudessem acompanhá-la no caminho da evolução. Mas ela não podia fazer nada, pois cada um tinha o seu tempo. E distante, uma voz rouca e cansada entrava em sua mente e dizia "não chore, criança. A beleza, por mais pequena que seja, também está naqueles que parecem não ter luz alguma".

                                                                                                                   Lígia                     

       Peço desculpa por estar postando menos, é que ando meio sem tempo.
       Luz e paz!

sábado, 20 de novembro de 2010

E Luiza surgiu doce e suave com todo o seu esplendor. Seu olhar passou reto por Marcos, e este sentiu a terra tremer embaixo de seus pés. Como se soubesse o medo que ele sentia, ela esboçou um sorriso na face bela e meiga. Quase sem querer ele pensou "ela é muito mais forte do que aparentava ser".
-Tem razão, querido! - disse Luiza sorrindo.

Lígia G.V.
Abraço.

sábado, 13 de novembro de 2010

E têm mania de dizer que aquilo parece chato. Chato porque não é igual ao vento que bate na janela logo pela manhã. Porque é diferente e torna-se efêmero a cada instante. E é justamente isso que o torna belo. Porque tem a capacidade de ser algo totalmente novo e diferente a cada instante e mesmo assim ainda apresentar pequenos traços que somem com o tempo daquilo que foi antes.

Lígia G. V.
Luz e paz!
  Às vezes meus olhos se perdem no horizonte e meu coração pula feito um louco. O significado disso? Eu não sei, nunca soube. Ou talvez eu saiba e tente esconder para que a coisa fique mais misteriosa. Misteriosa para você, não para mim. Porque aos olhos do outro somos sempre enigmáticos e atos loucos parecem sem lógica, sei lá.  Não importa, a forma que você me vê não é mesmo a forma que sou. Então talvez faça sentido sentir repulsa por você de vez em quando, já que também posso criar imagens completamente diferentes do que se é na verdade. Desculpe se ver o pôr do sol traz você perto de mim, não faço de propósito, quando vejo já está ao meu lado feito um grande amigo que nunca existiu!

Lígia G. V.
Abraços!

sexta-feira, 12 de novembro de 2010


E quando o sol se pôr só me restarão as estrelas... as estrelas e o universo. Então poderei saborear os doces desejos dos brilhos acima de mim e o suave som de uma flauta distante e sem fim. E assim verei o Pequeno Príncipe e seus milhares de risos! Em algum lugar a lua refletida no mar trará aquilo que sempre quis e de uma forma doce e gentil, um infinito raio de luz me acordará e assim eu despertarei para um realidade acima do que eu possa imaginar!

Lígia G. V.
Luz e paz!

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O essencial


                   Para que não se esqueça o essencial e para que não se percam as lembranças. Porque o que há de mais belo deve ser lembrado todos os dias e com a intensidade que mereça. Mas esquecemos tudo, tudo que precisamos lembrar. Então que as coisas importantes fiquem na memória o tempo que houver necessidade, porque depois de um tempo lembranças não significam nada, além de flashes perdidos numa memória repleta de amor e carinho por algumas coisas e pessoas. Então melhor que haja o amor por inteiro dentro de nós, que haja bondade, e que a felicidade nasça na alma das pessoas como uma flor, mas que essa não morra nunca e seja sempre bela. E que os nossos olhos nunca se percam lá fora e que a luz exista sempre e nos acompanhe da forma mais intensa que houver! Porque as coisas foram feitas para serem intensas e a beleza pode fugir se você não cuidar dela. Para cultivar e passar a diante as coisas mais essenciais do universo!

Lígia G. V.
Luz e paz!

sábado, 6 de novembro de 2010

Desejos simples e grandiosos

     -Ei, olhe para mim! Apenas... olhe... - disse uma garotinha.
     -Estou olhando. - respondi
     -Não! Você não está olhando! Você olha para mim como quem olha para o nada. Sou o nada?
     -Não, você não é!
     -Então por que me olha assim? Custa muito olhar de forma diferente? Hein?- ela parecia chateada.
     -De que forma querida? Você é apenas uma criança, não entende nada sobre olhares.
     -Como pode dizer isso? Você foi criança um dia, nunca desejou que olhassem para você de uma forma diferente? Não consigo entender isso.. como as pessoas esquecem as coisas quando crescem. Até parece que nunca tiveram infância.
      Permaneci calada. A menina continuou firme a minha frente. De repente olhou-me estranho, daquela maneira que desejava que me olhassem quando eu era pequena. Ela me olhava com amor, intensidade e bondade. Havia tanta coisa ali, havia tudo que eu queria... havia tudo que todos queriam...
     -Viu como há diferença?! Eu apenas queria que não me olhassem com desdém, queria que olhassem nos meus olhos... queria palavras belas misturadas ao aroma do campo. Mas dificilmente há o que queremos. Às vezes passamos tanto tempo pensando no que nós desejamos que esquecemos que o nosso desejo pode ser o do próximo e que quem sabe se realizássemos o dele o nosso se realizasse também.
      Pensei no que ela dizia. Se ela havia olhado para mim daquele modo, talvez pudesse retribuir. Talvez não tivesse a mesma intensidade e nem a sutileza, mas não custava tentar. Olhei para aqueles belos olhos enigmáticos e por um momento vi a felicidade neles.
     -Obrigada!- disse a menina contente.
     Foi neste instante que vi surgir na face dela, o sorriso mais belo que desejei ver. Com todas as nuances da felicidade e todos os sentimentos mais puros do universo.

Lígia G. V.
Paz e felicidade a todos!

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

         Não tenho certeza do que acontece, apenas vejo uma agitação. Às vezes gritam, outras vezes choram. Alguns olhos julgam, como sempre. De vez em quando as pessoas escondem mais do que devem, não sentem, não mostram. E no final alguns julgam errado, sem saber, sem conhecer. E o que realmente importa aos poucos se perde. E acabamos deixando que isso se perca.
         Nunca temos pressa, deixamos tudo passar. Às vezes nem sequer temos lembranças produtivas do dia anterior. A vida corre, preenche o copo, e uma hora este transborda. Não nos importamos com o que temos que nos importar. Tudo parece tão cansativo de vez em quando, que é fácil viver automaticamente. É simples esquecer o que deve ser lembrado, sorrir sem vontade algumas vezes, prender o choro, perder a voz... Acabamos vivendo em função do outro. Somos sempre o que o outro acha que somos. Nunca somos o que realmente somos para o outro. Isso é triste, mas enquanto a sociedade se preocupar em julgar ao invés de conhecer e aceitar o próximo, nada disso mudará!

obs.: isso tudo pode parecer sem sentido, meio desconexo, sei lá, mas são apenas palavras que transmitem algo que faz um pouco de sentido para mim.

Lígia G. V
Abraços!
(: