Gritamos com a voz,
com os olhos,
com o corpo.
Gritamos através de um desenho e
de um poema escrito em um caderno velho.
Gritamos através da música e da dança.
Gritamos por estarmos presos entre quatro paredes durante anos.
Muitos gritam sem ao menos saber que gritam.
Gritamos também por aqueles que se calam.
Gritamos porque às vezes escutamos que devemos deixar o sonho para depois.
Gritamos porque nos sentimos presos em uma realidade sem felicidade.
Gritamos porque somos obrigados a sentar corretamente o tempo
todo
e a calar a voz quando queremos mostrar a verdade.
Gritamos porque não suportamos a falsidade e superficialidade.
Não gritamos apenas por gritar,
gritamos para sermos ouvidos,
para sermos compreendidos.
Gritamos por mudança,
por transformação
e renovação.
Gritamos por um sistema novo,
por mais imaginação e compreensão.
Gritamos por mais respeito e liberdade.
Gritamos por nossos sonhos
e por mais amor!
Gritamos tanto tempo e de tantas formas e por algo melhor
e ainda assim somos chamados de adolescentes
rebeldes.
Quantos gritos mais terão que ser dados para que as
pessoas despertem
e finalmente as coisas mudem?
Lígia G. V.