sexta-feira, 29 de abril de 2011

  
  A lua surgia bela no céu quando eu comecei a delirar. Na verdade, acredito que não delirava, mas sim que eu experimentava as nuances da verdade. De uma forma ou de outra tudo parecia tão claro em minha mente que não havia como negar. Eu sabia o que aconteceria. Eu havia visto! E o que meus olhos não conseguiam ver, o vento fazia o favor de soprar em meus ouvidos. O tempo me mostrava que eu estava certa.
  Muitas coisas haviam sido reveladas. Assim como a sua presença em meu futuro presente. A cor de seus olhos, o som da sua voz. Mas não era isso o que mais me encantava, pois o modo como tudo parecia real me deixava inquieta. Não importava que rumo as coisas tomassem, você estaria ali, de qualquer maneira. E se por ventura você viesse um dia me perguntar como eu poderia ter tanta certeza disso, eu diria que eu havia visto você diversas noites seguidas. Eu faria com que você estivesse no lugar certo e na hora certa! E tudo o que eu vi, finalmente aconteceria! 
  Quando tudo desapareceu já não era possível ver a lua, pois do lado de fora uma grande e forte tempestade se formava...

  Lígia
  Luz e paz!

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Às vezes a gente faz renascer o passado. Traz as cenas ao presente, revive tudo de novo. De vez em quando até repassamos as falas, e acrescentamos algo. Algo que não dissemos mas gostaríamos de ter dito. Iluminamos melhor o cenário. Mudamos algumas coisas de lugar. Fazemos tudo do nosso modo. Mas de que adianta tudo isso se o tempo não volta? De que adianta pensar nas lágrimas que não foram derramadas, nas palavras que não foram ditas, no abraço que não ocorreu? O passado não volta! Não volta...

Lígia G. V.
Luz e paz!

segunda-feira, 11 de abril de 2011


- Se eu te dissesse que vejo em seus olhos o quente e o frio mergulhados em eterna e frágil beleza, você acreditaria?
- Dizem que as pessoas enxergam nos olhos do outro o que há de mais belo. Se você diz que vê isso, então acredito! É certo que tenho em mim, por enquanto, apenas o outono!

Lígia

sábado, 9 de abril de 2011

- Por que anda tão rápido Alice?
- Tenho medo!
- Medo do que?
- Da sombra!
- Ora, não seja tola menina!
- Não, não! Você não entendeu. A sombra é tudo aquilo que deixei de ser. O que era hoje pela manhã já não sou mais. Na sombra meu passado está, e não quero que ele me alcance. Portanto, deixo a sombra onde está. Ela não deve me alcançar jamais!
- Mas não há como a sombra te alcançar agora, querida!
- Tem razão. Mas ela pode me pegar quando os momentos mais tristes chegarem. Quando nossas portas estão abertas.
- Por isso tenta ser sempre feliz?
- Marina, eu apenas sorrio, isso não quer dizer que sou sempre feliz!
- Isso não faz sentido, Alice!
- Muitas das coisas que fazemos nesse mundo da terceira dimensão não têm sentido algum!

Lígia G. V.
Luz e paz