sexta-feira, 31 de dezembro de 2010


     Às vezes surge rapidamente e faz nascer a flor ali ao lado. Às vezes faz chorar os mais sensíveis. E alguns vão logo vomitando suas palavras perdidas no silêncio do tempo. Suas almas às vezes afloram, seus passos encontram-se no horizonte e suas asas abrem. De vez em quando alguns pulam do abismo e fingem saber voar. Alguns choram novamente. Outros perdem as lembranças e encontram seus anjos perdidos. Muitos gritam. Gritam de pavor, de ódio, de amor?
    Caminham sem fim. Caminham ao infinito. Seu, meu. Minha flor, minha casa, minha dor, seu amor. E aí ele surge de novo. Leva-me e te leva. Meu universo. Nosso universo. E alguns deixam a última gota cair e as estrelas vem até nós. Eu sou a estrela. Aquela que de vez em quando esquece de brilhar por medo de perder a lua. Vejo todos como estrelas, algumas mais intensas e outras menos. Mas somos todos o mesmo. Somos todos energia deste vasto universo. Somos todos este universo profundo!

     Desejo à todos um bom ano, repleto de muita luz e amor. Que as conquistam que venham nos animem a viver a vida com sabor e cor. Que não nos esqueçamos nunca de alimentar as flores de nossos jardins!
     Um grande abraço,
     Lígia.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Vazio..

       E ela disse tantas vezes para que Lorena abandonasse aquele vazio que a consumia. Mas o ser humano era deveras estranho. Sofria quando queria, sentia-se feliz quando não desejava. Com Lorena era assim, sentia sempre o vazio. E mesmo no vazio era feliz. Porque lá ela encontrava algo, o que era estranho. Talvez compreensível. Todo fim de tarde ela sentava na grama e olhava o sol se pôr e saboreava a beleza da luz pintando o verde dos campos. Ah como sonhava. Esse era o vazio, pelo menos isso era o que ela considerava ser. Talvez ela apenas desse o nome errado para as coisas ou não!
     
      Abraços!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Círculo de luz

Ilustração de Glória Gosciola

          Durante a noite meus pés caminhavam, e meus olhos olhavam sem ver. Alguém na varanda cantava uma melodia que parecia-me bela e pura. Atrás de mim alguém passava correndo a todo instante, eu virava, mas ela insistia em se esconder. No céu a lua cheia banhava os campos de trigo. E no canto, mas bem lá no canto mesmo, havia uma estrela perdida.
         Eu sorria sem motivo aparente e chorava um pouco também. Sem me arrepender caminhei até a varanda. O ser ainda cantava e agora tocava violino. Ah, eu sempre desejei tocar violino, mas por barreiras do destino isso nunca foi possível. Ele virou o rosto e olhou para mim. Mas ele não tinha olhos nem boca. Era apenas luz, da mais bela. Mas eu sabia que me observava. Esticou seu braço e me chamou. Sentei ao seu lado e ele cantou.
         Não fazia sentido estar ali, ao lado de um ser de luz, ouvindo-o cantar. Mas esse era o meu desejo, sempre fora. Era mágico e real. As libélulas voavam em torno de mim, e no céu, aos poucos, dois sois começaram a surgir.
         "Quer tentar?", o ser perguntou para mim, estendendo o violino. Toquei a música mais bela que já ouvi. Era como se eu soubesse o que estava fazendo. De repente meus braços tornaram-se luz. O ser me olhou e disse "não sente falta?", e sem pensar eu respondi que sim. Devolvi o violino e ele voltou a tocar. Compreendi que o ser era uma moça, pois usava um vestido furta cor. Era bela por inteira. Não sabia o que fazer, pois queria estar ali para sempre.
         Nos campos de trigo começavam a aparecer muitos outros seres. Todos iguais. À medida que se aproximavam, eles formavam uma roda. A moça no meio tocava uma nova melodia. E agora nós dançávamos em circulo. Era infinito. Éramos infinitos. Éramos todos luz, como sempre foi e sempre será.
         "Espere, querida. As coisas acontecerão no momento certo. Agora deve voltar. Nós esperaremos todos vocês e ajudaremos". Eu voltei aos poucos para o meu quarto, em algum lugar alguém ainda corria ansiosamente e às vezes gritava.
         Eu esperaria, como havia esperado por muito tempo por aquele momento.
         Eu despertei. Estava confusa e feliz. Algo havia acontecido, mas eu não me lembrava de nada. Mesmo assim, sentia uma profunda felicidade, aquela que todos desejam. E meus olhos olhavam o jardim e eu via, bem lá no fundo, seres de luz dançando e cantando. A paz pincelando o local e pintando-me inteira por dentro!

         Lígia G. V.
         Muita luz e paz!

domingo, 19 de dezembro de 2010

Selo

Ganhei esse selo da Fernanda, do blog Ínfima Parte. Obrigada mais uma vez! (:


1- Contar 10 coisas sobre mim;
2- Dedicar para mais 10 blogs;
3- E avisá-los sobre a dedicação.

10 coisas sobre mim:
- Odeio mentiras
- Não curto muito festas
- Não aprecio bebida alcoólica
- Toco violão
- Amo o céu e as estrelas
- Adoro As Brumas de Avalon
- Não gosto de vidas vividas em busca pelo nada
- Acho que não vale a pena morrer por bens materiais
- Gosto do Pequeno Príncipe, mesmo que algumas pessoas achem isso idiota
- Acho que julgar é errado, e por isso tenho tentado parar de fazer tal coisa, mas isso não me impede de ver a realidade.

Blogs que eu indico:
- Poeira estelar (http://madeofdesires.blogspot.com/)
- Amargamente Doce (http://amargo-emeio.blogspot.com/)
- Reminiscência (http://pajux.blogspot.com/)
- Ideias Empoeiradas (http://myhalfwords.blogspot.com/)
- Outro Lado do Verso (http://olv-somas.blogspot.com/)
- Frenesi (http://ismy-drug.blogspot.com/)

Abraço!

sábado, 18 de dezembro de 2010

Seus olhos tem lantejoulas que refletem a luz da lua de vez em quando. Seu coração tem pedras que às vezes esfriam seu corpo por inteiro. Nunca foi o que pareceu ser.

Lígia G. V.
Você não deveria chorar tanto assim, entristecer-se com isso. São coisas sem importância. Você sabe que é isso que querem. Esse é o desejo de muita gente: tornar triste a vida de alguém que parece bem mais feliz. . Então venha cá, não chore mais grande criança, você é intensa por inteira para se despedaçar assim. Mas veja bem, não estou dizendo que você deve passar a odiá-los, pelo contrário, ajude-os. Porque no final das contas, é isso que eles desejam também. Apenas ajuda... ou não! - disse o sábio jovem.

Lígia G. V.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

         Falas sem perspectivas, sonhos sem vida. Seus linguajares fúteis, seus cheiros desagradáveis, nada disso faz parte do meu mundo. Devo estar desconectada mesmo, porque muitas das coisas que encantam hoje em dia, em nada me agradam. Mesmo que eu tente, como já fiz muitas vezes, a coisa não vai. Não há como rir quando não se quer. Não consigo ver a graça em ser vazio e se acabar aos poucos.
         Sim, eu posso ser aquela que enche, que parece certa demais às vezes, mas eu não me importo, não mais. Eu sei quem eu sou, e eu não preciso me apoiar em drogas para sobreviver. Não tenho tudo que quero, mas tenho o suficiente para sentir um pedaço da felicidade. E é isso que me importa. Não quero o máximo. Se eu tenho o mínimo e posso modificá-lo para que ele seja melhor, por que querer o pronto logo de cara?
         Não sei, não sei... tenho pena dessa juventude perdida que morre aos poucos. Daqueles olhares inocentes que se transformam cada vez mais cedo. Da face jovem perdida entre as tintas promovidas pela indústria midiática. Onde vamos parar? Onde está o valor das coisas? Os tempos são outros. Agora o certo é se acabar num bar qualquer. Contar para Deus e o mundo as coisas erradas que são feitas e ainda achar bonito. E a educação? Ah, essa praticamente não existe mais. No final das contas belo é aquele que não se cansa de maltratar o outro. Mas vamos levando, uma hora ou outra as coisas mudam repentinamente. Um mero acontecimento natural. Sempre foi assim, não é? Por que isso mudaria agora?

        Lígia G. V.
        Luz e paz!

Selo

Recebi um selo da Fernanda Ribeiro, do blog Ínfima Parte. Muito obrigada. (:


1° Mencionando quem indicou e disponibilizar link para o blog do remetente
2° Fazer comentário no NeoWellBlog!
3° Indicar o selo para 8 (oito) blogs:
As Cores Do Simples (http://pensa-flor.blogspot.com/)
Outro Lado Do Verso (http://olv-somas.blogspot.com/)
 
Abraços!

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010


E dizem, aos risos, para as borboletas irem embora, mas choram quando elas já estão bem distantes e, aparentemente, mortas!

Lígia G. V.
"Sabe o que quero de verdade? Jamais perder a sensibilidade, mesmo que às vezes ela arranhe um pouco a alma. Porque sem ela, não poderia mais sentir a mim mesma."
Clarice Lispector

Clarice, Clarice, sempre amada! (:

Selo

       Bom dia gente!  Bom, hoje é dia de festa! (:
      Fui presenteada com um selo pelo Yon, do blog Só palavras e cia. Agradeço, de verdade, pelo reconhecimento e por vocês, leitores, que incentivam este blog também. Obrigada pelas opiniões e pela presença.



1º) Agradecer a quem me deu esse prêmio (já o fiz).
2º) Partilhar 7 coisas sobre mim.
3º) Escolher 10 blogs para presentear com o selo.


7 coisas sobre mim:
1- Aprecio a sinceridade
2- Sou apaixonada por ufologia e assuntos afins
3- Amo Literatura e Língua Portuguesa
4- Sou vegetariana
5- Amo a natureza
6- Sou apaixonada por música
7- Para mim, escrever é algo belo e essencial


Blogs que eu presenteio com esse selo:

Gente, só pra esclarecer, peço desculpas por não indicar os 10 blogs. O que acontece é que eu não conheço muitos.

Abraço, e mais uma vez obrigada! (:

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Solidão

Solidão triste que bate. Bate a triste solidão amiga.
Amada inimiga das almas despedaçadas.
Só solidão. Não é assim tão triste.
Com solidão vive a alma esperançosa.
Solidão que fortalece e destrói.
Só solidão amiga. Solidão, minha eterna amiga!

Lígia G. V.
Abraços!

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Triste rotina

      Passa feito trem bala, suas mãos suam, seus olhos lacrimejam. Não tem culpa do acontecimento. Sem querer esbarra na bolsa de uma mulher e ela grita.
     Logo um tumulto se forma na região. As pessoas desatentas começam a chorar de medo. Alguns berram "bala perdida, bala perdida!" Nada acontece.
   - Ladrão! Pega ladrão! - grita o moço na esquina.
   Corre feito máquina e agora chora lágrimas de luz. Sua expressão medrosa só piora a situação. Ao longe alguém grita "está ali, logo atrás da banca de tomates". A multidão corre.
   Chora, implora, reza. A multidão se aproxima. Aperta com força a medalhinha que sua mãe dera a ele quando era bem pequeno. Pensa com fé "preciso de luz, quero luz".
   Nesse momento uma bala o atinge. O remédio que estava em sua mão voa para longe. Ele cai aos poucos no chão, tomba ao lado de seu pai, o vendedor de frutas.
   O pai diz, com muito esforço:
   - Ele não fez nada, não há nada com ele. Eu estava agonizando, pedi a ele que fosse comprar meu remédio. E vejam só! Mataram-no! Como puderam? É apenas uma criança. - ele respira com dificuldade - O que pensaram? Que ele roubava a bolsa de uma das madames sem escrúpulos? Sinto... - não consegue mais dizer nada. Respira mais uma vez o ar fedorento ao seu redor.
   - Pai, olhe para mim. - disse o menino tristemente alegre - Veja, agora tenho a luz que precisava, cheguei a tempo para vê-lo vivo. Não importa se irei morrer, tenho você comigo - as lágrimas do menino brilhavam feito diamantes.
   - Ora criança, não diga isso! Não morreremos! Viveremos para fazer justiça!
   Era tarde demais, o corpo do menino aos poucos se cansava e o do pai o acompanhava. O policial virou as costas e partiu, como se não tivesse participado de um crime. Afinal, criminoso é aquele para o qual ele aponta o seu dedo.
   A multidão se culpa. Vê tudo como mais um capítulo de uma novela sem fim. Alguém diz "veja o que fez moça, você começou isso tudo. Ele está morto! Morto!"
   Estavam mortos, os dois. Seus corpos jogados entre a bagunça na feira. E sabe-se lá quanto tempo continuariam ali. Até que suas carcaças apodrecessem e os culpados os esquecessem. Culpados? Quem disse que existiram? A vida continuaria normalmente, num ciclo vicioso e cansativo, onde nem mesmo os mais radiantes olhares seriam capazes de controlar o passado, o presente e o futuro de uma sociedade!

Lígia G. V.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

          Porque estranhamente eu não vejo graça onde você vê. Não gosto do seu sorriso sem cor nem do seu olhar vazio. Apesar de que olhares vazios sempre têm histórias. Mesmo assim, não gosto porque me entristece. Talvez seja tola mesmo, por querer sempre ajudar ao próximo e este nem se importar com isso. Porque vejo bondade num pote de maldade. Vejo luz onde não há. É só uma esperança de uma realidade que nunca existiu. Uma realidade viva e intensa. Sem choros nem crueldade. É, mas um dia me avisaram que era loucura acreditar nisso, mesmo assim ainda acredito, e continuarei a acreditar até quando a última cinza cair do céu.  É... talvez seja mesmo loucura!

          Lígia G. V.
          Luz e  paz!

Comodismo

         
                 É sempre o mesmo jeito cansado, o mesmo som batido, os mesmos sorrisos falsos estampados nas faces belas e jovens. O mesmo passo errante. A lágrima rola pelo mesmo motivo sempre. E não há nada que eu possa fazer além de assistir. Porque minhas palavras sempre foram inúteis. Mas mesmo assim eu sinto por tudo isso. Sinto muito, de verdade!

                  Lígia G. V.

sábado, 4 de dezembro de 2010

       - Onde está a magia que você dizia existir aqui, Lilian?
       - Está aqui, Heitor. Está em mim e em você. Sempre esteve. Está no ar que respiro, nas árvores que admiro, na lua que chega leve e bela ao anoitecer. Mas às vezes, ah, às vezes é preciso ver além do que os nossos olhos são capazes. Você não vê porque tem medo, querido. Sinto não poder ajudar você, essa é uma conquista que você precisa realizar sozinho.
       Heitor ficou calado por uns minutos, seus olhos flamejavam de raiva. O que queria ela dizer a ele? Que ele não era capaz de ver algo além?
       - Pois não há e nunca houve magia, Lilian. Isso é uma fantasia que alguém criou, e alguns tolos passaram a acreditar. Eu.. eu sinto por você, que acredita nisso.
       - Fique aí então, sentado nessa pedra que nada é além de matéria. Mas não esqueça, que para vê-la, é preciso antes senti-la!
       E ela se foi, os cachos de seu enorme cabelo balançando. E ali, sentado na pedra, a única coisa que Heitor conseguia sentir, era raiva, infelizmente.

Lígia G. V.
Luz e paz! (: