O frio me envolvia, me enlouquecia, me desanimava. Enquanto o calor alegrava alguns rostos disformes. Durante muito tempo pensei no motivo pelo qual eu rejeitava certas coisas. Não as amava? Ou desejava simplesmente ignorá-las? Tanto faz. Isso em nada muda o caminho das coisas. Vi, algumas vezes, as cenas se tornarem realidade, e a realidade em alegria ou tristeza. Um passo, um caminho. Duas escolhas, talvez.
Porém, numa tarde calma, a chuva me envolveu e o frio me perseguiu. Meus pensamentos não resultavam em nada. Meus olhos eram janelas. Gritei em silêncio, e como de costume ninguém ouviu. Algumas peças se encaixaram e as coisas fizeram mais sentido. Um sorriso, uma lágrima!
Não adiantaria nada deixar o calor me envolver, o frio me devorava. Perseguia-me há dias e eu lutava contra ele, sem sucesso. Percebi que seria melhor deixá-lo em paz, fazer com que ele caísse na poeira e fosse acalmado. Foi aí, então, que o calor me alcançou. Minha mente iluminou-se e eu pude entender o que acontecia. Jogos da mente? Não sei, não sei. Talvez apenas quisesse que as coisas fossem felizes sempre. Mas isso não seria possível, não por enquanto. A tristeza não precisava ser algo ruim, podia haver felicidade nela, mesmo que para muitos fosse difícil enxergá-la ali.
Assim se sucederam os acontecimentos. Um ciclo sem fim, aparentemente. Um jogo ganho, outro perdido. A paz, o horror. A tristeza, a felicidade. O choro e o riso. O vazio. O efêmero. Uma vida, uma morte!
Lígia G. V.
Luz e paz!
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