Ouvi você chorar, enquanto corria para outra direção.
Vi seus olhos procurarem no céu uma razão para o que acontecia.
Quando você gritava e dizia que tudo estava errado, eu apenas sorria.
Eu disse que seu coração era forte para enfrentar a tempestade.
Mas você preferiu se esconder enquanto o vento tocava o meu rosto.
Eu tentei te achar, mas você insistia em fugir.
E quando eu já estava tão próxima você corria para os meus braços.
Quando as flores abriam eu via você sorrir,
e então seus olhos diziam que tudo estava bem.
O verão se foi mais uma vez,
levando toda a sua sanidade.
Eu ouvi você cantar a sua melhor canção,
enquanto tudo acabava e o inverno chegava.
Você costumava dançar com os pés no chão,
enquanto minhas asas me levavam ao céu.
A vida parecia tão bela quando você recitava poemas.
O seu mundo interior desmoronava,
suas palavras não tinham som,
e sua letra não tinha forma...
Você mergulhou na loucura,
enquanto eu lia tudo o que você era.
Eu ouvi dizer que poetas perdiam a inspiração
e se perdiam em um lugar qualquer.
Mas da sua loucura formaram-se as palavras,
e aos poucos os seus sonhos estavam todos pregados na parede.
Mas da sua loucura formaram-se as palavras,
e aos poucos os seus sonhos estavam todos pregados na parede.
Eu vi as lágrimas caírem dos seus olhos.
Você me disse que tudo estava bem,
mas ainda chovia muito lá fora.
Eu vi o tempo correr
e o sol nascer.
Eu caminhei ao seu lado, feliz.
Eu te mostrei o mundo
e você me deu o universo.
E quando as flores se abriram você sorriu mais uma vez,
e tudo voltou a ser como era....
Doce e azedo,
infinito e mortal...
Lígia G. V.
mas ainda chovia muito lá fora.
Eu vi o tempo correr
e o sol nascer.
Eu caminhei ao seu lado, feliz.
Eu te mostrei o mundo
e você me deu o universo.
E quando as flores se abriram você sorriu mais uma vez,
e tudo voltou a ser como era....
Doce e azedo,
infinito e mortal...
Lígia G. V.