Não houve uma noite em que deixei de desejar ver a Lua no céu escuro da noite. Eu estava a dias aprisionada naquele grande castelo, onde a alma não era sentida e o espírito nada dizia. Eu queria sentir o calor do sol e a fúria dos ventos. Eu queria tocar os meus pés na terra quente e senti-la pulsar. Mas agora eu era uma rainha. A rainha do castelo perdido em desejos humanos e materiais. Eu não era aquela mulher. Eu não buscava um rei para me casar e ter a casa preenchida de pequenas crianças. Eu nasci para ser livre e a liberdade me fazia falta. Por isso eu desafiei aquele rei a quem eu tivera que jurar lealdade, mas que não era meu, e com coragem o abandonei. E foi com tamanha felicidade que o fiz.
Do lado de fora eu pude sentir minha vida voltar, eu conseguia sentir o vento e junto dele todo o amor. Eu era a natureza e eu só tinha a ela. Lá em cima pude ver a Lua brilhar como sempre e rir para mim. Eu era filha da Lua novamente. Eu era de novo Selene, a Rainha da Lua.
Luz e paz!
Lígia G. V.
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