domingo, 9 de janeiro de 2011

Algum tempo depois...

       Passaram alguns meses e Rodrigo não veio me visitar. Anita faz o bolo que ele pediu, todos os finais de semana. Eu pensei algumas vezes que ele estivesse morto, mas acredito que não. Sinto falta dele, sinto mesmo. Mas não tenho o que fazer. Gostaria que ele estivesse aqui agora. As coisas seriam mais divertidas.
       Não posso negar que Anita tenha razão. Meus olhos têm estado mortos ultimamente. Sinto-me cansada a maior parte do tempo. Às vezes me pego vagando por aí, sem rumo. Eu deveria me preocupar, pois poderia estar doente. Mas sei que não é isso, e também sei o que é. Sinto falta também das amoras. Sim, pode rir de mim se quiser, mas elas são a minha paixão e elas têm muita história. Quem dera nascessem novamente.
        Durante esses meses nada fiz além de olhar o horizonte. Conforta-me. É quando faço isso que me esqueço do tempo. E é bom lembrar que não há tempo. Ah, Rodrigo, onde está, meu amigo? Queria contar alguns segredos a ele, pois sei que só ele compartilha a minha loucura. Por enquanto estou só no fim do mundo, onde as luzes não existem e andamos a cavalo.
        Devo mandar uma carta a ele novamente. Sei que isso é um jogo da minha mente, para que eu possa senti-lo vivo novamente, mas não me importo.
        Enquanto ele não vem e eu não mando a carta, farei de tudo para saborear melhor os dias e deixar de lado isso que consome e me entristece todos os dias. Irei às estrelas!

      
        Lígia G.V.

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