domingo, 17 de outubro de 2010

Antes do amanhecer... continuação

Eu estava em casa quando meu pai morreu. Sua morte fora, de certa forma, a mais bela que já vi. Não gosto da morte, se é o que pensa. Eu apenas não a menosprezo. Ela me pareceu, desde pequena, uma forma de se libertar. Eu costumava dizer que a borboleta finalmente saiu do casulo. Quando seu Onofre, um amigo de meu pai, morreu, eu disse calma e levemente: pensei que ele nunca iria. Não me olhe assim, mamãe, as asas dele estavam grandes e prontas para o voo. Nesse dia minha mãe ficou brava, disse-me que tinha que segurar as palavras. Entristeci-me, mas logo passou.


Digamos que a morte de Onofre foi um tanto dolorida. Fumava muito e tinha câncer de pulmão. Disse a ele muitas vezes para que ele parasse com aquilo, mas ele não me dava ouvidos, dizia que eu era jovem demais para entender as vontades dos adultos. Tanto faz. Ah, mas a morte do meu pai, essa foi bela de ser vista. Porque pareceu tão natural e calma. As estrelas, de todas as cores, estavam ao seu lado. Ele voaria longe e com certeza iria para um belo lugar. Eu fiquei triste, preciso admitir isso. Mas o que posso fazer? Não vou barrar um ciclo natural e nem juntando todas as forças conseguiria que meu pai continuasse vivo.

Eu aprendi com o tempo, a respeitar e aceitar os acontecimentos. Agradeço muito por isso, porque caso contrário, sofreria desde a infância até os dias atuais. Nunca fugi da minha loucura. Nasci louca, se posso assim dizer. Não tenho problemas mentais, mas tenho uma imaginação que vai muito além do universo. Não sei se a palavra imaginação é a melhor para descrever o que tenho, mas essa foi a que me veio a mente. Imagino, crio, realizo. As coisas não são bem como parecem ser. E nesse espaço vazio entre nós há muito mais do que uma mente normal possa imaginar.

 
Obs: esse trecho é a continuação do conto que eu postei abaixo. Espero que gostem. (:
Mais tarde tem a continuação.
Luz e paz!

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