sexta-feira, 31 de dezembro de 2010


     Às vezes surge rapidamente e faz nascer a flor ali ao lado. Às vezes faz chorar os mais sensíveis. E alguns vão logo vomitando suas palavras perdidas no silêncio do tempo. Suas almas às vezes afloram, seus passos encontram-se no horizonte e suas asas abrem. De vez em quando alguns pulam do abismo e fingem saber voar. Alguns choram novamente. Outros perdem as lembranças e encontram seus anjos perdidos. Muitos gritam. Gritam de pavor, de ódio, de amor?
    Caminham sem fim. Caminham ao infinito. Seu, meu. Minha flor, minha casa, minha dor, seu amor. E aí ele surge de novo. Leva-me e te leva. Meu universo. Nosso universo. E alguns deixam a última gota cair e as estrelas vem até nós. Eu sou a estrela. Aquela que de vez em quando esquece de brilhar por medo de perder a lua. Vejo todos como estrelas, algumas mais intensas e outras menos. Mas somos todos o mesmo. Somos todos energia deste vasto universo. Somos todos este universo profundo!

     Desejo à todos um bom ano, repleto de muita luz e amor. Que as conquistam que venham nos animem a viver a vida com sabor e cor. Que não nos esqueçamos nunca de alimentar as flores de nossos jardins!
     Um grande abraço,
     Lígia.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Vazio..

       E ela disse tantas vezes para que Lorena abandonasse aquele vazio que a consumia. Mas o ser humano era deveras estranho. Sofria quando queria, sentia-se feliz quando não desejava. Com Lorena era assim, sentia sempre o vazio. E mesmo no vazio era feliz. Porque lá ela encontrava algo, o que era estranho. Talvez compreensível. Todo fim de tarde ela sentava na grama e olhava o sol se pôr e saboreava a beleza da luz pintando o verde dos campos. Ah como sonhava. Esse era o vazio, pelo menos isso era o que ela considerava ser. Talvez ela apenas desse o nome errado para as coisas ou não!
     
      Abraços!

quarta-feira, 22 de dezembro de 2010

Círculo de luz

Ilustração de Glória Gosciola

          Durante a noite meus pés caminhavam, e meus olhos olhavam sem ver. Alguém na varanda cantava uma melodia que parecia-me bela e pura. Atrás de mim alguém passava correndo a todo instante, eu virava, mas ela insistia em se esconder. No céu a lua cheia banhava os campos de trigo. E no canto, mas bem lá no canto mesmo, havia uma estrela perdida.
         Eu sorria sem motivo aparente e chorava um pouco também. Sem me arrepender caminhei até a varanda. O ser ainda cantava e agora tocava violino. Ah, eu sempre desejei tocar violino, mas por barreiras do destino isso nunca foi possível. Ele virou o rosto e olhou para mim. Mas ele não tinha olhos nem boca. Era apenas luz, da mais bela. Mas eu sabia que me observava. Esticou seu braço e me chamou. Sentei ao seu lado e ele cantou.
         Não fazia sentido estar ali, ao lado de um ser de luz, ouvindo-o cantar. Mas esse era o meu desejo, sempre fora. Era mágico e real. As libélulas voavam em torno de mim, e no céu, aos poucos, dois sois começaram a surgir.
         "Quer tentar?", o ser perguntou para mim, estendendo o violino. Toquei a música mais bela que já ouvi. Era como se eu soubesse o que estava fazendo. De repente meus braços tornaram-se luz. O ser me olhou e disse "não sente falta?", e sem pensar eu respondi que sim. Devolvi o violino e ele voltou a tocar. Compreendi que o ser era uma moça, pois usava um vestido furta cor. Era bela por inteira. Não sabia o que fazer, pois queria estar ali para sempre.
         Nos campos de trigo começavam a aparecer muitos outros seres. Todos iguais. À medida que se aproximavam, eles formavam uma roda. A moça no meio tocava uma nova melodia. E agora nós dançávamos em circulo. Era infinito. Éramos infinitos. Éramos todos luz, como sempre foi e sempre será.
         "Espere, querida. As coisas acontecerão no momento certo. Agora deve voltar. Nós esperaremos todos vocês e ajudaremos". Eu voltei aos poucos para o meu quarto, em algum lugar alguém ainda corria ansiosamente e às vezes gritava.
         Eu esperaria, como havia esperado por muito tempo por aquele momento.
         Eu despertei. Estava confusa e feliz. Algo havia acontecido, mas eu não me lembrava de nada. Mesmo assim, sentia uma profunda felicidade, aquela que todos desejam. E meus olhos olhavam o jardim e eu via, bem lá no fundo, seres de luz dançando e cantando. A paz pincelando o local e pintando-me inteira por dentro!

         Lígia G. V.
         Muita luz e paz!

domingo, 19 de dezembro de 2010

Selo

Ganhei esse selo da Fernanda, do blog Ínfima Parte. Obrigada mais uma vez! (:


1- Contar 10 coisas sobre mim;
2- Dedicar para mais 10 blogs;
3- E avisá-los sobre a dedicação.

10 coisas sobre mim:
- Odeio mentiras
- Não curto muito festas
- Não aprecio bebida alcoólica
- Toco violão
- Amo o céu e as estrelas
- Adoro As Brumas de Avalon
- Não gosto de vidas vividas em busca pelo nada
- Acho que não vale a pena morrer por bens materiais
- Gosto do Pequeno Príncipe, mesmo que algumas pessoas achem isso idiota
- Acho que julgar é errado, e por isso tenho tentado parar de fazer tal coisa, mas isso não me impede de ver a realidade.

Blogs que eu indico:
- Poeira estelar (http://madeofdesires.blogspot.com/)
- Amargamente Doce (http://amargo-emeio.blogspot.com/)
- Reminiscência (http://pajux.blogspot.com/)
- Ideias Empoeiradas (http://myhalfwords.blogspot.com/)
- Outro Lado do Verso (http://olv-somas.blogspot.com/)
- Frenesi (http://ismy-drug.blogspot.com/)

Abraço!

sábado, 18 de dezembro de 2010

Seus olhos tem lantejoulas que refletem a luz da lua de vez em quando. Seu coração tem pedras que às vezes esfriam seu corpo por inteiro. Nunca foi o que pareceu ser.

Lígia G. V.
Você não deveria chorar tanto assim, entristecer-se com isso. São coisas sem importância. Você sabe que é isso que querem. Esse é o desejo de muita gente: tornar triste a vida de alguém que parece bem mais feliz. . Então venha cá, não chore mais grande criança, você é intensa por inteira para se despedaçar assim. Mas veja bem, não estou dizendo que você deve passar a odiá-los, pelo contrário, ajude-os. Porque no final das contas, é isso que eles desejam também. Apenas ajuda... ou não! - disse o sábio jovem.

Lígia G. V.

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

         Falas sem perspectivas, sonhos sem vida. Seus linguajares fúteis, seus cheiros desagradáveis, nada disso faz parte do meu mundo. Devo estar desconectada mesmo, porque muitas das coisas que encantam hoje em dia, em nada me agradam. Mesmo que eu tente, como já fiz muitas vezes, a coisa não vai. Não há como rir quando não se quer. Não consigo ver a graça em ser vazio e se acabar aos poucos.
         Sim, eu posso ser aquela que enche, que parece certa demais às vezes, mas eu não me importo, não mais. Eu sei quem eu sou, e eu não preciso me apoiar em drogas para sobreviver. Não tenho tudo que quero, mas tenho o suficiente para sentir um pedaço da felicidade. E é isso que me importa. Não quero o máximo. Se eu tenho o mínimo e posso modificá-lo para que ele seja melhor, por que querer o pronto logo de cara?
         Não sei, não sei... tenho pena dessa juventude perdida que morre aos poucos. Daqueles olhares inocentes que se transformam cada vez mais cedo. Da face jovem perdida entre as tintas promovidas pela indústria midiática. Onde vamos parar? Onde está o valor das coisas? Os tempos são outros. Agora o certo é se acabar num bar qualquer. Contar para Deus e o mundo as coisas erradas que são feitas e ainda achar bonito. E a educação? Ah, essa praticamente não existe mais. No final das contas belo é aquele que não se cansa de maltratar o outro. Mas vamos levando, uma hora ou outra as coisas mudam repentinamente. Um mero acontecimento natural. Sempre foi assim, não é? Por que isso mudaria agora?

        Lígia G. V.
        Luz e paz!

Selo

Recebi um selo da Fernanda Ribeiro, do blog Ínfima Parte. Muito obrigada. (:


1° Mencionando quem indicou e disponibilizar link para o blog do remetente
2° Fazer comentário no NeoWellBlog!
3° Indicar o selo para 8 (oito) blogs:
As Cores Do Simples (http://pensa-flor.blogspot.com/)
Outro Lado Do Verso (http://olv-somas.blogspot.com/)
 
Abraços!

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010


E dizem, aos risos, para as borboletas irem embora, mas choram quando elas já estão bem distantes e, aparentemente, mortas!

Lígia G. V.
"Sabe o que quero de verdade? Jamais perder a sensibilidade, mesmo que às vezes ela arranhe um pouco a alma. Porque sem ela, não poderia mais sentir a mim mesma."
Clarice Lispector

Clarice, Clarice, sempre amada! (:

Selo

       Bom dia gente!  Bom, hoje é dia de festa! (:
      Fui presenteada com um selo pelo Yon, do blog Só palavras e cia. Agradeço, de verdade, pelo reconhecimento e por vocês, leitores, que incentivam este blog também. Obrigada pelas opiniões e pela presença.



1º) Agradecer a quem me deu esse prêmio (já o fiz).
2º) Partilhar 7 coisas sobre mim.
3º) Escolher 10 blogs para presentear com o selo.


7 coisas sobre mim:
1- Aprecio a sinceridade
2- Sou apaixonada por ufologia e assuntos afins
3- Amo Literatura e Língua Portuguesa
4- Sou vegetariana
5- Amo a natureza
6- Sou apaixonada por música
7- Para mim, escrever é algo belo e essencial


Blogs que eu presenteio com esse selo:

Gente, só pra esclarecer, peço desculpas por não indicar os 10 blogs. O que acontece é que eu não conheço muitos.

Abraço, e mais uma vez obrigada! (:

quinta-feira, 9 de dezembro de 2010

Solidão

Solidão triste que bate. Bate a triste solidão amiga.
Amada inimiga das almas despedaçadas.
Só solidão. Não é assim tão triste.
Com solidão vive a alma esperançosa.
Solidão que fortalece e destrói.
Só solidão amiga. Solidão, minha eterna amiga!

Lígia G. V.
Abraços!

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Triste rotina

      Passa feito trem bala, suas mãos suam, seus olhos lacrimejam. Não tem culpa do acontecimento. Sem querer esbarra na bolsa de uma mulher e ela grita.
     Logo um tumulto se forma na região. As pessoas desatentas começam a chorar de medo. Alguns berram "bala perdida, bala perdida!" Nada acontece.
   - Ladrão! Pega ladrão! - grita o moço na esquina.
   Corre feito máquina e agora chora lágrimas de luz. Sua expressão medrosa só piora a situação. Ao longe alguém grita "está ali, logo atrás da banca de tomates". A multidão corre.
   Chora, implora, reza. A multidão se aproxima. Aperta com força a medalhinha que sua mãe dera a ele quando era bem pequeno. Pensa com fé "preciso de luz, quero luz".
   Nesse momento uma bala o atinge. O remédio que estava em sua mão voa para longe. Ele cai aos poucos no chão, tomba ao lado de seu pai, o vendedor de frutas.
   O pai diz, com muito esforço:
   - Ele não fez nada, não há nada com ele. Eu estava agonizando, pedi a ele que fosse comprar meu remédio. E vejam só! Mataram-no! Como puderam? É apenas uma criança. - ele respira com dificuldade - O que pensaram? Que ele roubava a bolsa de uma das madames sem escrúpulos? Sinto... - não consegue mais dizer nada. Respira mais uma vez o ar fedorento ao seu redor.
   - Pai, olhe para mim. - disse o menino tristemente alegre - Veja, agora tenho a luz que precisava, cheguei a tempo para vê-lo vivo. Não importa se irei morrer, tenho você comigo - as lágrimas do menino brilhavam feito diamantes.
   - Ora criança, não diga isso! Não morreremos! Viveremos para fazer justiça!
   Era tarde demais, o corpo do menino aos poucos se cansava e o do pai o acompanhava. O policial virou as costas e partiu, como se não tivesse participado de um crime. Afinal, criminoso é aquele para o qual ele aponta o seu dedo.
   A multidão se culpa. Vê tudo como mais um capítulo de uma novela sem fim. Alguém diz "veja o que fez moça, você começou isso tudo. Ele está morto! Morto!"
   Estavam mortos, os dois. Seus corpos jogados entre a bagunça na feira. E sabe-se lá quanto tempo continuariam ali. Até que suas carcaças apodrecessem e os culpados os esquecessem. Culpados? Quem disse que existiram? A vida continuaria normalmente, num ciclo vicioso e cansativo, onde nem mesmo os mais radiantes olhares seriam capazes de controlar o passado, o presente e o futuro de uma sociedade!

Lígia G. V.

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

          Porque estranhamente eu não vejo graça onde você vê. Não gosto do seu sorriso sem cor nem do seu olhar vazio. Apesar de que olhares vazios sempre têm histórias. Mesmo assim, não gosto porque me entristece. Talvez seja tola mesmo, por querer sempre ajudar ao próximo e este nem se importar com isso. Porque vejo bondade num pote de maldade. Vejo luz onde não há. É só uma esperança de uma realidade que nunca existiu. Uma realidade viva e intensa. Sem choros nem crueldade. É, mas um dia me avisaram que era loucura acreditar nisso, mesmo assim ainda acredito, e continuarei a acreditar até quando a última cinza cair do céu.  É... talvez seja mesmo loucura!

          Lígia G. V.
          Luz e  paz!

Comodismo

         
                 É sempre o mesmo jeito cansado, o mesmo som batido, os mesmos sorrisos falsos estampados nas faces belas e jovens. O mesmo passo errante. A lágrima rola pelo mesmo motivo sempre. E não há nada que eu possa fazer além de assistir. Porque minhas palavras sempre foram inúteis. Mas mesmo assim eu sinto por tudo isso. Sinto muito, de verdade!

                  Lígia G. V.

sábado, 4 de dezembro de 2010

       - Onde está a magia que você dizia existir aqui, Lilian?
       - Está aqui, Heitor. Está em mim e em você. Sempre esteve. Está no ar que respiro, nas árvores que admiro, na lua que chega leve e bela ao anoitecer. Mas às vezes, ah, às vezes é preciso ver além do que os nossos olhos são capazes. Você não vê porque tem medo, querido. Sinto não poder ajudar você, essa é uma conquista que você precisa realizar sozinho.
       Heitor ficou calado por uns minutos, seus olhos flamejavam de raiva. O que queria ela dizer a ele? Que ele não era capaz de ver algo além?
       - Pois não há e nunca houve magia, Lilian. Isso é uma fantasia que alguém criou, e alguns tolos passaram a acreditar. Eu.. eu sinto por você, que acredita nisso.
       - Fique aí então, sentado nessa pedra que nada é além de matéria. Mas não esqueça, que para vê-la, é preciso antes senti-la!
       E ela se foi, os cachos de seu enorme cabelo balançando. E ali, sentado na pedra, a única coisa que Heitor conseguia sentir, era raiva, infelizmente.

Lígia G. V.
Luz e paz! (:

terça-feira, 30 de novembro de 2010

Entre o mar e o céu

Sua voz vem de longe, aos gritos, ao pranto.
Seus olhos me vêm, embaçados na mente.

Um passo errante, porém confiante,
Se tem ai dentro tanto medo quanto encanto,
Por que chora tanto?
As palavras sussurradas ao vento,
com riso e alegria
se perdem no tempo
com as brumas e a magia.
Seus gritos sufocados
aos poucos se mostram
tristes atordoados.
Assisti-lo sucumbir é triste
mas meu olhar protegerá
seus velhos ossos fracos
que aos poucos virarão pó.


Lígia G. V.
Abraços!

sábado, 27 de novembro de 2010

- Ei, o que está fazendo? - falou o senhor com indignação.
A menina não respondeu.
- Não vai responder, minha jovem? Pois bem, se assim prefere. Dorme faz tempo, já percebeu? Dorme como uma criança quando deseja fugir de algum problema. - ele foi interrompido.
- Só crianças fazem isso? Adultos só não fazem porque incrivelmente nunca tem tempo para nada - disse com raiva no olhar.
- De nada adianta sentir raiva, ela não trará o que busca. O que você deseja, está dentro e não fora. Por isso desperte logo. Quanto tempo continuará assim? Precisa voltar, precisa. Vamos, costumava ser belo antes, mesmo tendo as mais escuras almas lá fora. O que o torna feio, agora?
A menina não respondeu. Apenas pensava no que ele dizia.
- Eu estou aqui, e estarei o tempo que desejar, só precisa acreditar.
- Eu sei.. eu sei.. - disse suspirando.
- Então mova-se, querida, mova-se! - disse por fim.

Lígia G.V.
Luz e paz!

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

Saudade...

        Eu não vejo mais suas palavras dançarem no ar, nem as minhas. Já não vejo aquele olhar que dizia grandes coisas. Onde foi parar sua grandeza? Sinto falta daquele sorriso que tudo dizia, daquele silêncio profundo...
       Outro dia vi em você, nuances do que era antes. Senti uma alegria indescritível. Talvez porque tenha me perdido em alguma esquina também. Porque já não vejo magia onde antes existia. Mas há, e sempre haverá, bem lá no fundo, o que realmente somos, e algum dia verei sua magia brilhar novamente, e quem sabe ela possa ser bem maior do que um dia foi!

Lígia G.V.
Luz e paz!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

        
      A menina olhando para fora, dizia palavras em uma língua desconhecida e mágica, e assim desejava que a bondade reinasse. Sem medo dava dois passos a frente, deixando para trás aqueles que ainda se encontravam na escuridão. E os olhava tristemente, querendo que eles pudessem acompanhá-la no caminho da evolução. Mas ela não podia fazer nada, pois cada um tinha o seu tempo. E distante, uma voz rouca e cansada entrava em sua mente e dizia "não chore, criança. A beleza, por mais pequena que seja, também está naqueles que parecem não ter luz alguma".

                                                                                                                   Lígia                     

       Peço desculpa por estar postando menos, é que ando meio sem tempo.
       Luz e paz!

sábado, 20 de novembro de 2010

E Luiza surgiu doce e suave com todo o seu esplendor. Seu olhar passou reto por Marcos, e este sentiu a terra tremer embaixo de seus pés. Como se soubesse o medo que ele sentia, ela esboçou um sorriso na face bela e meiga. Quase sem querer ele pensou "ela é muito mais forte do que aparentava ser".
-Tem razão, querido! - disse Luiza sorrindo.

Lígia G.V.
Abraço.

sábado, 13 de novembro de 2010

E têm mania de dizer que aquilo parece chato. Chato porque não é igual ao vento que bate na janela logo pela manhã. Porque é diferente e torna-se efêmero a cada instante. E é justamente isso que o torna belo. Porque tem a capacidade de ser algo totalmente novo e diferente a cada instante e mesmo assim ainda apresentar pequenos traços que somem com o tempo daquilo que foi antes.

Lígia G. V.
Luz e paz!
  Às vezes meus olhos se perdem no horizonte e meu coração pula feito um louco. O significado disso? Eu não sei, nunca soube. Ou talvez eu saiba e tente esconder para que a coisa fique mais misteriosa. Misteriosa para você, não para mim. Porque aos olhos do outro somos sempre enigmáticos e atos loucos parecem sem lógica, sei lá.  Não importa, a forma que você me vê não é mesmo a forma que sou. Então talvez faça sentido sentir repulsa por você de vez em quando, já que também posso criar imagens completamente diferentes do que se é na verdade. Desculpe se ver o pôr do sol traz você perto de mim, não faço de propósito, quando vejo já está ao meu lado feito um grande amigo que nunca existiu!

Lígia G. V.
Abraços!

sexta-feira, 12 de novembro de 2010


E quando o sol se pôr só me restarão as estrelas... as estrelas e o universo. Então poderei saborear os doces desejos dos brilhos acima de mim e o suave som de uma flauta distante e sem fim. E assim verei o Pequeno Príncipe e seus milhares de risos! Em algum lugar a lua refletida no mar trará aquilo que sempre quis e de uma forma doce e gentil, um infinito raio de luz me acordará e assim eu despertarei para um realidade acima do que eu possa imaginar!

Lígia G. V.
Luz e paz!

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

O essencial


                   Para que não se esqueça o essencial e para que não se percam as lembranças. Porque o que há de mais belo deve ser lembrado todos os dias e com a intensidade que mereça. Mas esquecemos tudo, tudo que precisamos lembrar. Então que as coisas importantes fiquem na memória o tempo que houver necessidade, porque depois de um tempo lembranças não significam nada, além de flashes perdidos numa memória repleta de amor e carinho por algumas coisas e pessoas. Então melhor que haja o amor por inteiro dentro de nós, que haja bondade, e que a felicidade nasça na alma das pessoas como uma flor, mas que essa não morra nunca e seja sempre bela. E que os nossos olhos nunca se percam lá fora e que a luz exista sempre e nos acompanhe da forma mais intensa que houver! Porque as coisas foram feitas para serem intensas e a beleza pode fugir se você não cuidar dela. Para cultivar e passar a diante as coisas mais essenciais do universo!

Lígia G. V.
Luz e paz!

sábado, 6 de novembro de 2010

Desejos simples e grandiosos

     -Ei, olhe para mim! Apenas... olhe... - disse uma garotinha.
     -Estou olhando. - respondi
     -Não! Você não está olhando! Você olha para mim como quem olha para o nada. Sou o nada?
     -Não, você não é!
     -Então por que me olha assim? Custa muito olhar de forma diferente? Hein?- ela parecia chateada.
     -De que forma querida? Você é apenas uma criança, não entende nada sobre olhares.
     -Como pode dizer isso? Você foi criança um dia, nunca desejou que olhassem para você de uma forma diferente? Não consigo entender isso.. como as pessoas esquecem as coisas quando crescem. Até parece que nunca tiveram infância.
      Permaneci calada. A menina continuou firme a minha frente. De repente olhou-me estranho, daquela maneira que desejava que me olhassem quando eu era pequena. Ela me olhava com amor, intensidade e bondade. Havia tanta coisa ali, havia tudo que eu queria... havia tudo que todos queriam...
     -Viu como há diferença?! Eu apenas queria que não me olhassem com desdém, queria que olhassem nos meus olhos... queria palavras belas misturadas ao aroma do campo. Mas dificilmente há o que queremos. Às vezes passamos tanto tempo pensando no que nós desejamos que esquecemos que o nosso desejo pode ser o do próximo e que quem sabe se realizássemos o dele o nosso se realizasse também.
      Pensei no que ela dizia. Se ela havia olhado para mim daquele modo, talvez pudesse retribuir. Talvez não tivesse a mesma intensidade e nem a sutileza, mas não custava tentar. Olhei para aqueles belos olhos enigmáticos e por um momento vi a felicidade neles.
     -Obrigada!- disse a menina contente.
     Foi neste instante que vi surgir na face dela, o sorriso mais belo que desejei ver. Com todas as nuances da felicidade e todos os sentimentos mais puros do universo.

Lígia G. V.
Paz e felicidade a todos!

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

         Não tenho certeza do que acontece, apenas vejo uma agitação. Às vezes gritam, outras vezes choram. Alguns olhos julgam, como sempre. De vez em quando as pessoas escondem mais do que devem, não sentem, não mostram. E no final alguns julgam errado, sem saber, sem conhecer. E o que realmente importa aos poucos se perde. E acabamos deixando que isso se perca.
         Nunca temos pressa, deixamos tudo passar. Às vezes nem sequer temos lembranças produtivas do dia anterior. A vida corre, preenche o copo, e uma hora este transborda. Não nos importamos com o que temos que nos importar. Tudo parece tão cansativo de vez em quando, que é fácil viver automaticamente. É simples esquecer o que deve ser lembrado, sorrir sem vontade algumas vezes, prender o choro, perder a voz... Acabamos vivendo em função do outro. Somos sempre o que o outro acha que somos. Nunca somos o que realmente somos para o outro. Isso é triste, mas enquanto a sociedade se preocupar em julgar ao invés de conhecer e aceitar o próximo, nada disso mudará!

obs.: isso tudo pode parecer sem sentido, meio desconexo, sei lá, mas são apenas palavras que transmitem algo que faz um pouco de sentido para mim.

Lígia G. V
Abraços!
(:

domingo, 31 de outubro de 2010

Eu sou

Não deveria haver olhos cansados,
nem sonhos inalcançáveis.
A vida deveria ser o céu,
repleto de estrelas e luz.
Um mar belo e infinito,
para trazer o que há de mais intenso em nós.
Mas não há... não há o que ele quer.
Somos apenas seres às vezes perdidos,
às vezes infinitos.
Não sou a lua nem o mar.
Quero os mares agitados,
as luas mais vivas,
eu quero ser dois sois,
sou poeira, sou imensidão, sou eterna.
Não sou o que alguém deseja,
sou o que eu quero,
só não sei se sou o todo,
mas se desejo, então sou.
somos todos o todo,
repleto de luz e paz,
somos o infinito de amor,
sou o que sou.
Sou.. eu sou!

Lígia G. V.
Luz e paz! (:

quarta-feira, 27 de outubro de 2010


Não é para não esquecê-lo, muito menos para não esquecer o mundo. Olho o céu para não me esquecer. Para não acabar, para não transbordar. Faço apenas porque gosto de olhar as cores que o sol pinta no céu quando a noite começa a surgir.

Lígia G. V.
Luz e Paz!

terça-feira, 26 de outubro de 2010

"É porque às vezes caio no esquecimento. Perco-me inteira, depois percebo que sempre estive ali. E o que mais dói depois de tudo isso, é lembrar que rejeitei aquilo que sempre quis."

Lígia G. V.
Trecho do conto: Uma folha pintada de ouro
Luz e paz!

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Ausência

Eu não posso simplesmente fechar os olhos e fingir que nada acontece. Porque tudo continuaria ali. Mas tanto faz. De um jeito ou de outro tudo vai, tudo volta. Tudo muda, ou não! A verdade é que muitas coisas já perderam a importância. Às vezes tenho a impressão que eu simplesmente caminho, sem ter certeza para onde vou. E como uma folha solta, deixo que o vento me leve para onde ele queira!

Lígia G. V.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

O poder da modificação

           -É assim que se monta esta parte, não é, mamãe?! De peça em peça a gente constrói essa casa!
           -Marisa! Não tire essa peça daí, você vai desmontar a base!- dizia sua mãe.
           -Não vou desmontá-la, só vou melhorá-la! Não gosto da cor preta! A base não a quer!
           -A base não escolhe, querida. Quem escolhe é quem a faz!
           -Então, como eu estou montando, eu posso escolher! Vamos tirar o preto da base!
           Por mais que parecesse birra, não era! Marisa era inteligente e persistente. Generosa e bondosa. Gostava das coisas belas e puras. Seus olhos não chamavam atenção pela sua coloração, mas sim pela sua grandeza!
          -Está bem! Tire a peça preta. Mas saiba que teremos que construir tudo de novo!
          -Tudo bem! Eu não queria que a casa ficasse pronta com a cor preta. Isso poderia modificar o futuro dela!
          Sim! Ela era assim mesmo. Gostava da luz, dos pássaros, das flores... Amava ajudar ao próximo! E era tão pequenina, que quem a via, se espantava com tamanho amor!
          -Qual cor você quer então?
          -Eu quero a cor branca! Quero que ela tenha a luz, que ela cresça pura!
          De peça em peça construíram a base. Agora com a branca, a futura casa parecia mais leve!
          -Falta pouco tempo para terminarmos, filha!
          E assim foram construindo. Por algum motivo além da alegria, Marisa sorria constantemente.
         -Agora as últimas peças, mãe!
         E construíram a última fileira todinha de branco!
         -Ah, como ficou linda, mamãe! Gosto dessa casa! Não há nenhum indício de maldade ou escuridão, só há luz, paz e pureza! Construímos direitinho! Obrigada pela ajuda, mamãe! A casa agradece!
         Sua mãe pensou em dizer que a casa não tinha como agradecer, mas permaneceu calada. Afinal, tinham de fato, dado uma bela essência para aquele objeto, que aos olhos de um adulto, jamais apresentaria sinal de vida!

Lígia G. V.
Luz e paz!

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Olhos mortos

           Olhares tristes e parados. Mãos aflitas e respirações angustiadas. Um olhar no céu, outro na Terra. O homem estirado no chão nada mais dizia e as mãos quentes tornavam-se geladas. Palavras eram sussurradas em seus ouvidos, mas nada era escutado.
           Uma moça sentada no chão espalhava suas lágrimas cristalinas na estrada. Suas mãos eram constantemente levadas ao rosto e ela se encolhia feito uma criança. Procurava pelos olhos do amado, e a escuridão a fechava. Focos de luz ao corpo que agora era feito uma estátua. Seus lábios de rosa começavam a se perder no rosto machucado.
           Palavras... talvez palavras. Era o que a moça desejava dizer e ouvir... apenas ver sorrisos e ouvir risos. Talvez olhar os olhos pela  última vez, como uma despedida... tanto faz... queria sentir o único abraço confortante. Desejava-o vivo! E tentava trazê-lo de volta, mas nada acontecia. Aqueles olhos haviam se fechado, e desta vez, não para um sonho.
          Seu carro estraçalhado no meio do caminho. Fotos estavam espalhadas pela grama. Nenhuma criança. Uma mente a rezar, outra a chorar.
          A moça continuava tentando abrir aqueles olhos roxos. Parecia dizer "vamos, abra os olhos!". Mas ela não os veria de novo, não do modo que esperava. Ela desejava nunca esquecê-lo, porém nunca era muito tempo. Suas dores seriam empurradas para debaixo do tapete, se assim desejasse.
          Uma voz calma e suave disse "venha minha querida, precisa deixá-lo agora". E alguns surgiram para ajudá-la a se levantar. Andava aos tropeços e deixava no ar sua esperança esmigalhada.
          Uma lona preta o cobriu e agora era definitivo. Como em um ato de agradecimento, a moça se curvava e o deixava. Seus olhos estavam vermelhos e sua expressão era vazia. Não entendia porque vê-lo partir era, momentaneamente, tão doloroso.
           Seu corpo fora cremado e suas cinzas jogadas ao vento. Talvez virassem pó de estrela ou quem sabe não. Sua luz seria sempre infinita e sua fragrância sempre viva. Estaria em cada brilho e sua melodia seria eternamente bela, se assim desejasse.

Lígia G. V.

domingo, 17 de outubro de 2010

Antes do amanhecer... continuação

Eu estava em casa quando meu pai morreu. Sua morte fora, de certa forma, a mais bela que já vi. Não gosto da morte, se é o que pensa. Eu apenas não a menosprezo. Ela me pareceu, desde pequena, uma forma de se libertar. Eu costumava dizer que a borboleta finalmente saiu do casulo. Quando seu Onofre, um amigo de meu pai, morreu, eu disse calma e levemente: pensei que ele nunca iria. Não me olhe assim, mamãe, as asas dele estavam grandes e prontas para o voo. Nesse dia minha mãe ficou brava, disse-me que tinha que segurar as palavras. Entristeci-me, mas logo passou.


Digamos que a morte de Onofre foi um tanto dolorida. Fumava muito e tinha câncer de pulmão. Disse a ele muitas vezes para que ele parasse com aquilo, mas ele não me dava ouvidos, dizia que eu era jovem demais para entender as vontades dos adultos. Tanto faz. Ah, mas a morte do meu pai, essa foi bela de ser vista. Porque pareceu tão natural e calma. As estrelas, de todas as cores, estavam ao seu lado. Ele voaria longe e com certeza iria para um belo lugar. Eu fiquei triste, preciso admitir isso. Mas o que posso fazer? Não vou barrar um ciclo natural e nem juntando todas as forças conseguiria que meu pai continuasse vivo.

Eu aprendi com o tempo, a respeitar e aceitar os acontecimentos. Agradeço muito por isso, porque caso contrário, sofreria desde a infância até os dias atuais. Nunca fugi da minha loucura. Nasci louca, se posso assim dizer. Não tenho problemas mentais, mas tenho uma imaginação que vai muito além do universo. Não sei se a palavra imaginação é a melhor para descrever o que tenho, mas essa foi a que me veio a mente. Imagino, crio, realizo. As coisas não são bem como parecem ser. E nesse espaço vazio entre nós há muito mais do que uma mente normal possa imaginar.

 
Obs: esse trecho é a continuação do conto que eu postei abaixo. Espero que gostem. (:
Mais tarde tem a continuação.
Luz e paz!

Para Laura

            Laura, querida. Desculpe-me por tê-la deixado. Irei vê-la em breve. Diga para Anita fazer aquele bolo que gosto, se não for incomodo, é claro.
            Acredito que tenha sofrido muito depois que seu pai partiu, mas não se esqueça de que as rosas mais mortas também são as mais vivas. Quando estiver aí poderemos conversar melhor.
            Quanto ao tempo, minha querida, quem o explica? É feito de engrenagens que alguém inventou. Não conhecemos o tempo, nunca conhecemos. Pelo menos não o verdadeiro tempo. Mas não se preocupe com isso, como você mesma disse : isso é coisa de louco!
            Abraços fraternos.

                                                                                                    Rodrigo

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Antes do amanhecer.

Para Rodrigo.

Eu rotulo o tempo e ele me caça. Não sei o porquê disso. Mamãe dizia que quando eu era pequena eu sempre andava com um relógio no bolso. Sempre que os ponteiros marcavam 17h eu ia lá e mudava. Eles marcavam então o começo do dia. Não precisa entender, Rodrigo, isso é coisa de louco. Talvez eu tivesse que fazer isso até hoje, assim o tempo seria sempre eterno. Mas o tempo é eterno, não é? Já é tempo de primavera e ainda nem veio me visitar. As flores murcharão e você perderá a beleza contida nos dias. Por favor, não se esqueça de trazer toda a sua alegria para dividir conosco. A tristeza ainda ronda esse lugar desde que papai morreu. Esperarei você com todo carinho. Até breve.

                                                                                                     Laura Ambrósio.

Uma breve explicação:
Essa carta faz parte de uma história que estou escrevendo.
Abraços. :)

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Ainda somos feitos de vidro.


                 O vento bate, permanecemos intactos. O sol nos ilumina, crescemos um pouco. As estrelas nos abraçam e nos tornamos infinitos. Mas de repente alguém vem e detrói nosso império, nosso maior luxo, construído aos poucos. E pensamos que não somos mais de vidro. Mas ainda somos. Porque nos despedaçamos, nos deixamos quebrar e nos transformamos em cacos pontiagudos. Espetamos o outro e o quebramos também. Quando na verdade poderíamos simplesmente aceitar e ouvir o que o outro tem a dizer. Porque afinal todos temos direito a aconselhar e a errar. Mas não. Preferimos quebrar e despedaçar o outro. E ainda esperar que alguém nos venha abraçar e dizer que nós é que estamos certos. É.. ainda somos de vidro!

Lígia G. V.

Um passo leva a outro

Insisto, insisto! Persisto. Sou assim tão tolo quanto dizem? Tolo! É, talvez eu seja. Porém, ainda mais tolo é aquele que me taxa como tolo. Só sou isso porque corro atrás do que desejo. Então quem me rotula é triste por não persistir. É que eu, eu persisto até o último sopro da vida. E continuo quando ela começa a pingar sobre o tapete da sala. Não sou tolo porque alguém disse que sou. Se sou tolo, sou porque quero. Mas não quero, então não sou. Os meus sonhos são o mais importante. Eles dão forma e cor ao meu ser. É como disse um sábio poeta: tenho em mim todos os sonhos do mundo. E não me importa o quão longe do meu alcance eles pareçam estar. Eu persisto porque sei que consigo e por conseguir é que insisto em realizar todos os outros sonhos do mundo!

Lígia G. V.

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Entrelinhas...




Não é que eu não gosto, muito menos que eu desprezo. É que demonstrar um sentimento não é tão simples como muitos dizem. É preciso, antes de tudo, sentir. Se não há o ato de sentir, não há o ato de mostrar. Eu não quero decepcionar, não quero dizer "eu gosto", sem realmente gostar. Talvez por isso eu fique em silêncio. Enfim, é justo dizer que se ama alguém, quando na verdade o que se sente por ela é bem menos do que amor? O problema é quando eu já cheguei no ápice do sentimento e ainda não disse nada. A onda passa e eu fico. E é triste ver que a pessoa nem olhou nos meus olhos, já que tudo que eu sentia estava lá. É tão fácil ver quando me simpatizo com alguém, sorrio com a boca, com os olhos, com o corpo. É tão difícil enxergar de outra forma? Por que terei sempre que dizer palavras para a pessoa entender? O que eu sinto e o que eu sou, está muito além do que as palavras dizem!

Lígia G.V.

O que sou? O que és?

"Posso ser o que eu quero, não é?" "Posso ser o infinito!", minha mente era uma tempestade. "Posso voar e alcançar as estrelas!". Mas não, eu não podia. Mas talvez se eu desejasse muito, eu conseguisse. "Continue desejando, apenas continue".
Quem dera fosse simples assim. As pessoas ao redor me achavam louca. Dane-se. A loucura nunca me levou a perfeição. E a perfeição é o oposto de tudo aquilo que sempre busquei. Sempre desejei uma vida diferente, uma vida desencanada. O perfeito me causa repulsa.
E ali, com a cabeça no travesseiro, traçava planos sem datas para se concretizarem. Talvez fizesse isso porque antes, quando eu determinava datas, eles nunca se realizavam. Agora eu apenas imaginava...
Eu não sei porque, mas apareceram na minha frente, dois olhos grandes e belos. Com cor de caramelo. Eram simbólicos... atraiam-me.
- De quem são esses olhos?- indaguei
- Seus.- respondeu-me uma voz.
- Não podem ser meus! São tão... tão...
- Desafiadores. Sim.- disse outra vez a voz- Mas são belos. Olhe lá, quantos sonhos existem neles. Paisagens refletidas de ares nunca vistos. Interessante. Eles não suplicam, não invejam, não maltratam. Apenas buscam. Buscar é bom de vez em quando.
Procurei pelo dono da voz, mas não encontrei ninguém.
- Não me encontrará! Estou aqui apenas para mostrar a você, que você estava certa. Você pode ser o que você quiser!
- Quem é você? - perguntei
Nada aconteceu. Não sei como fui parar ali, estava deitada em uma banheira e a água do chuveiro caia sobre o meu cabelo quando acordei. E num ato repentino, quando eu não pensava mais na voz que me dissera tantas coisas, tive a resposta: "sou o que os seus olhos desejarem."
                                                                                                                               
Lígia G. V.

sábado, 9 de outubro de 2010

"Não posso dizer o que você quer ouvir. Às vezes nem digo o que eu quero. Não posso dar o que você espera de mim. Porque o que você quer ainda está para se formar ou se está formado ainda se esconde como uma criança quando sente medo."

Trecho do meu conto: Meus olhos não são os seus.

Escolhas


Olhos repletos de lágrimas


escondem-se atrás das páginas


de um livro em branco.


Traçar uma história não é fácil, mas nem difícil quanto parece.
A vida às vezes transborda pelos dedos e enche copos com diferentes essências. É preciso muito equilíbrio e certeza para escolher qual se deseja.

Lígia G. V.


Luz e paz!

sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Aceitar!

Vozes, vozes. Tantas vozes sem sentido, com sentido... sonhadores, lutadores; invejosos, maldosos... por que uma mente é taxada como normal ou insana? Por que não deixá-la simplesmente como é? Por que? Por que não posso ter a intensidade do vento ou a cor do céu? Não posso gostar de voar? Quero cor, quero vida e intensidade. Calmaria, liberdade, pacificidade. Amor e bondade. Deixe-me ser como eu sou!

Lígia G. V.
Luz e paz!

quarta-feira, 6 de outubro de 2010


Eu posso mostrar para alguém que nunca sonhou, como é bom voar. Assim como posso deixá-lo nas cinzas. Se tenho as duas oportunidades, por que não mostrar o mais belo?


 Luz e paz!

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Procurar e achar



Meus olhos encontraram os seus e eu percebi que jamais perdemos o que tínhamos. Porque talvez a nossa essência nunca desapareça. Os meus sonhos sempre continuarão sendo os meus sonhos e sempre terão o meu jeito, isso acontece com você também. Nós sempre existiremos, e teremos a intensidade e a beleza que quisermos. É bom saber que não me perdi no meio de tanto caos!

Luz e paz!

sábado, 2 de outubro de 2010

"Seus pés deslizavam pela calçada bruta. As buzinas ao redor me enlouquecem. Não há nada a fazer. Seus olhos suplicam ao céu desejos impossíveis aos olhos dos rotineiros. Seu olhar volta ao chão. Assisto tudo a uma certa distância. Não sinto medo. Você sente? Suas vestes imundas me levam a acreditar que ele nada tem, mas tudo tem. Acena para a moça do carro, mas ela nada faz. Os vidros escuros a impossibilitam de vê-lo. O homem angustia, se desespera. Olha para o céu novamente. Suas mãos se apertam, e eu me dirijo a ele.
-Olá. O senhor está bem?
-O que faz aqui? O que faço aqui?
Pareceu-me perturbado. Seus olhos me fitam incompreendidos.
-Porque ainda não correu? Porque está falando comigo? Todos me ignoraram quando eu chamei. Clamei, gritei, pedi, e nada fizeram!
-Não vou correr! Correr para quê? Correr para onde? O senhor parece perdido.
-A senhorita também"


Trecho do meu conto: O som de uma voz

Luz e paz!

Eu poderia fechar os olhos e simplesmente esquecê-lo. Mas talvez eu não quisesse fazer isso. Talvez eu quisesse levá-lo para sempre comigo, como se leva uma rosa dentro de um livro.
Lígia G. V.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Silêncio...


Eu poderia olhar nos seus olhos e dizer algo. Deveria ir atrás e mostrar o novo. Mas isso perdeu o sentido, e tudo se desfez. Permaneço quieta e inquieta, enquanto os ponteiros do relógio destroem a eternidade, como se isso realmente marcasse algo. Desfaço-me, te desfaço. Está tão distante... Não posso dar asas para aquele que não quer voar. Continue com os pés no chão e viva sua vida sem imaginação. Já que meus planos são utópicos... não posso fazer nada por você, mesmo que eu queira... Apenas permaneço em silêncio...

Lígia G. V.

Motivo

Eu canto porque o instante existe
e a minha vida está completa.
Não sou alegre nem sou triste:
sou poeta.

Irmão das coisas fugidias,
não sinto gozo nem tormento.
Atravesso noites e dias
no vento.

Se desmorono ou se edifico,
se permaneço ou me desfaço,
-não sei, não sei. Não sei se fico
ou passo.

Sei que canto. E a canção é tudo.
Tem sangue eterno e asa ritmada.
E um dia sei que estarei mudo:
- mais nada.

Cecília Meireles

quinta-feira, 30 de setembro de 2010


Sejamos, por algum motivo, aquele que nasce para uma nova visão. Deixando os pensamentos antigos de lado e abrindo a mente para a liberdade. É que por muito tempo observei as pessoas ao meu redor... Cansei de ver, inúmeras vezes, e de vez em quando em mim, aquele sorriso com uma espécie de naufrágio...
Cultivemos a felicidade, o amor e a paz! E por fim, a busca pelo nosso eu!
Luz a todos! ;)

Talvez o certo seja deixar as coisas fluírem. A graça é a surpresa, e a felicidade é saber que por mais que as coisas pareçam tristes, tudo acabará bem.

Lígia G. V.

sábado, 4 de setembro de 2010

Erros

-Conte uma piada e faça-nos rir.
-Não conto piadas, meu caro!
-Não conta? Todos contam piadas!
-Pois eu não conto!
-Não sabe o que perde. Piadas são a alma de um palhaço.
-E por acaso vê um palhaço aqui?
-Não, não vejo. Mas todos tem um bem lá no fundo.
-Nunca gostei de palhaços e piadas. Piadas quase sempre fazem as pessoas rirem do próximo. Você ri de quem? Da loira, do português ou da sua vizinha? Poupe-me! Não preciso de piadas para fazer uma pessoa rir.
-Hum, compreendo seu ponto de vista. Mesmo assim continuarei a contar piadas.
-Continue e verá que elas nada fazem. Talvez tragam uma alegria momentânea, escute bem, eu disse talvez. No fundo, se a pessoa está triste, continuará triste. Brisas não varrem pregos no chão.
-Já sei, não gosta de palhaços porque tem medo deles!
-Não tenho medo dos palhaços. Os palhaços no fundo querem ajudar a trazer alegria, mas nem sempre conseguem. Isso é triste. Pinta-se então uma lágrima em sua face e o símbolo da alegria torna-se o da tristeza.
-Você é uma pessoa muito triste.
-Não acredito que seja triste. Tento levar a felicidade para as pessoas. Tento ajudá-las. Nem sempre é possível. Então desenho mais uma folha no chão!
-Leva a felicidade as pessoas de que forma?
-Sou terapeuta, meu amigo.
-Entendo. Tento levar a felicidade para as pessoas também.
-E o que você faz?
-Sou um palhaço. E nunca pintei uma lágrima em meu rosto. Não conto piadas sobre o próximo e não rio dos outros. Levo a felicidade para crianças doentes. E não ensino a elas coisas erradas.
O terapeuta permaneceu em silêncio. Envergonhado pelo que dissera, percebeu que estava errado. Não se deve generalizar, pois um não é igual ao outro.
-Peço desculpas, não tive a intenção de ofender.
-Tudo bem, doutor.
O palhaço pensou por um tempo e disse
-Quer acompanhar o meu trabalho?
-Adoraria.
E os dois saíram andando, como se nada tivesse acontecido. Se a tristeza rondava o terapeuta e a felicidade o palhaço, nunca saberemos. Mas ambos perceberam naquele dia que julgar antes de conhecer não era o certo, porque o palhaço uma vez dissera que jamais conviveria com um terapeuta.
-Posso lhe contar uma piada agora?

Lígia G. V.

domingo, 20 de junho de 2010

Desabafo

Eu não gosto de rótulos,
nem de maldade!
Não admiro a falsa lealdade!
Não gosto daqueles olhos
repletos de mentiras,
tampouco dos sorrisos invejosos!
Não gosto das injustiças
que convivo todos os dias!
Não quero ouvir promessas mal cumpridas...
Não quero ver mãos imundas,
tocarem em seres lindos!
Quero a justiça e a verdade!
Gosto daqueles sorrisos sinceros
das tardes bem curtidas
e dos dias de alegria!
Quero o reconhecimento
para aqueles que merecem!
Quero também, escolhas sábias,
e menos babaquice!
Quero pessoas amigas, e olhares singelos!
Desejo novos pensamentos
repletos de amor,
uma nova era onde a aparência
não seja o mais importante!
Desejo por fim, o nosso bem!

Lígia G. V.
Luz e paz! :)

sexta-feira, 19 de março de 2010

Para aqueles que ainda esperam pela beleza e por dias melhores...


Muitas coisas têm parecido vazias e sem sentido! As pessoas lutam por ideais que não são delas! Há a busca contínua pelo fútil! Muitos passam muito tempo planejando guerras e conflitos e poucos buscam a paz!
Ultimamente muitos parecem ter perdido a noção do que é o bem! E a realidade parece um caos! Porém não se deve esquecer que a beleza está aí. Que tem gente que luta por coisas boas!
É época de transformações! Dias melhores virão! As injustiças deixarão de existir. Muitas coisas mudarão! É preciso ter esperança e não entrar em sintonia com o ruim! Lute e mude... mude o pensamento egoísta e deixe os sentimentos que lhe atrapalham de lado, busque coisas novas e a sabedoria!
Enfim, esperemos pelas mudanças em sintonia com o bem!
Luz e paz! (:

quinta-feira, 11 de março de 2010

Escrevo apenas para satisfazer desejos... sentir-me viva! Quando não há nada a se dizer, as folhas ficam assim, em branco...
Escrevo para satisfazer o desejo de ver palavras formarem frases com sentido para mim, ou sem sentido para você! Frases sinceras, que demonstrem vida!
E quando pareço morta, necessito escrever, para que me torne viva novamente! Então, estou aqui para dizer que depois de muitos dias sem postar, decidi voltar! (:

Beijos
Luz e paz!

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Agenda Esotérica- Documentário

Sempre que o assunto é governo e religião você pode esperar discordância e debate, e freqüentemente guerras baseadas nesses dois tópicos controversos. Esse filme com 2hrs6mins de duração, mas que vale muito a pena ver, tem um ponto de vista completamente diferente sobre o mundo e sobre nós como seus habitantes.

A premissa é que todos os poderes que você vê nos meios de comunicação e as figuras mais proeminentes do mundo são simples marionetes para um poder maior que controla o destino da humanidade. O filme mostra detalhadamente conexões de organizações secretas muito antigas como os Iluminati, Cavalheiros Templários e outras.

Essas organizações recentemente diretamente ligadas à monarquia britânica, controlam tudo no mundo de hoje, desde o que contém a nossa comida até o que vemos nos meios de comunicação.

Esse super poder por trás dos panos faz tudo isso através da manipulação de potências como os Estados Unidos e os seus líderes. Governo, leis, meios de comunicação estão todos focados em uma coisa, e uma coisa apenas: lavagem cerebral e controle de 87% da população mundial que está susceptível a essa hipnose de massas.

Depois de utilizar a informação como a ferramenta mais simples para controlar as pessoas mais vulneráveis, o MEDO é o derradeiro motivador para os mais resistentes que escolhem ver o mundo por si mesmos e não conforme o que querem que acreditemos.


sábado, 23 de janeiro de 2010

Sentimentos...


São só cores e alegrias
Sorrisos e fantasias!
O ar tem cheiro de nostalgia
e meu braço arrepia!

É só porque quem nunca se sentiu assim...
Correr tão rápido para voar
Andar devagar para encontrar
causar drama para chorar

Só porque os dias passam depressa
e eu não tenho nenhuma pressa
para fazer o que eu quero
para descobrir o caramelo!

Só porque não é tão simples assim
encontrar alguém afim
de ver o planeta se transformar
e me ver amar!

Luz e paz! :)

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Janela da vida

Olhando atentamente o que se passava lá fora, a menina pensava na vida. A correria e os gritos das crianças que brincavam a dispersou. De repente vários rostos apareciam a sua frente! Surgia um de cada vez. Ela olhava e derramava uma lágrima. Desagradável, mas necessário! Um rosto a olhava espantado e ela assustava. Aos poucos os rostos foram passando, e chegou a vez do último. Uma menina triste, muito triste, sem esperança nos olhos. Cabelos desbotados... sem vida! O rosto desapareceu, e a menina agora chorava demasiadamente. Logo percebeu que aqueles rostos eram de uma só pessoa: ela mesma!

A medida que suas lágrimas cessavam, um novo rosto foi surgindo. Lindo, límpido e puro! Era simplesmente ela... como sempre fora! Não havia mais medo ou vergonha. Era finalmente livre, como sempre sonhara...

Lígia G. V.
Luz e paz!

O que um fim de tarde esconde...


Sorrisos e risos, enquanto o sol vai sumindo no horizonte! Sonhos inteiros, esperança viva. Grama verde e céu sem nuvens! Lua minguante e estrelas brilhantes. Nada além da beleza. Olhos arregalados, lágrimas de alegria... a pobre menina logo encontrou algo. Talvez tenha se achado, ou talvez tenha visto a formiga amiga. Logo percebeu que ela encontrou o que se esconde no fim da tarde... talvez seja a beleza, ou a consciência do universo, se é que entende, ou se quiser escolher, pode ser os dois, já que ela e eu achamos que as duas coisas andam juntas e tudo se une em uma coisa só! Então deitada na grama ela se apoiou na borda do planeta e fitou o resto do universo...


Abraços, amigos queridos! :)

Luz e paz!